domingo, 19 de junho de 2011

Uma deriva à direita na Europa? - (entrevista com Eric Hobsbawm)




O blog do italiano Beppe Grillo entrevistou Eric Hobsbawm no dia do seu 94º aniversário. Hobsbawm, que faz questão de dizer que é um historiador, não um futurologista – fala, entre outros assuntos, sobre o que é hoje o marxismo e a crise na União Europeia. Hobsbawm acredita que, no futuro próximo, praticamente todos ou quase todos os países europeus serão governados por governos de direita, de um tipo ou de outro. Para ele, a crise econômica que se arrasta desde 2008, tem muito a ver com a deriva à direita na Europa. "Acho que, hoje, só quatro economias na Europa, na União Europeia, estão sob governos de centro ou de esquerda".


Blog de Beppe Grillo

Blog:
No norte da África e em alguns países europeus – Espanha, Grécia e Irlanda – alguns movimentos de jovens que nasceram na internet e usam redes, por exemplo Twitter e Facebook, estão aproximando-se da política. São movimentos que exigem mais envolvimento e mudanças radicais nas escolhas das sociedades. Mas, ao mesmo tempo, a Espanha tende à direita; a Dinamarca votou pelo encerramento das fronteiras com a Hungria; e na Finlândia, e até mesmo na França, com Marie Le Pen, estão surgindo partidos nacionalistas de extrema-direita. Não é isto uma contradição?

Eric Hobsbawm: Não, não acho. Acho que são fenômenos diferentes. Acho que, na maioria dos países ocidentais, hoje, os jovens são uma minoria politicamente ativa, largamente por efeito de como a educação é construída. Por exemplo: os estudantes sempre foram, ao longo dos séculos, elementos ativistas. Ao mesmo tempo, a juventude educada hoje é muito mais familiarizada com modernas tecnologias de informação, que transformaram a agitação política transnacional e a mobilização política transnacional.

Entrevista Completa:


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desumanidade nas Ciencias Humanas

A academia como objeto de controle da ciência.


O que é Ciência? Para que deve servir? A separação entre senso comum e conhecimento científico ainda acende um debate que de maneira alguma deve ser considerado extinto. Se a Ciência se afirma em questionamentos que devem ser respondidos, normatizados e organizados para que possam ser realizadas novas experiências, então sempre deve haver um questionamento dos métodos utilizados. A partir do momento em que a Ciência deixa a possibilidade de novos questionamentos ela se transforma em senso comum e deixa de ser Ciência. Ela se torna fé quando sua tese não admite questionamentos.
Desde o seu surgimento, a Academia, dona dos meios de produção das Ciências, formam uma elite intelectual. Controlam o que deve ser considerado Ciência. Tanto permitem como impedem o acesso ao status de sua classe. A essa elite restringe-se o direito do pensar como oficio. Para se ingressar nessa elite deve se seguir um conjunto de normas. Deve se seguir um método pré-estabelecido por aquele que julgará sua capacidade de pertencer ou não a essa classe. Sendo assim, o pensamento deve seguir uma linha pré-determinada, o que ao invés de ampliar, delimita um campo. Limita a possibilidade de novas visões e perspectivas sobre os objetos e as problemáticas.
A partir de seu ingresso na Universidade o sujeito se vê obrigado a seguir conteúdos pré-programados que visam sua formação. Esses conteúdos servem para que o sujeito tenha uma base sobre o mundo cientifico e assim busque sua própria visão de mundo. Mas, os métodos utilizados nesse período de preparação servem também como delimitador de campo. As práxis nos “centros de saber” ainda são baseadas em respostas exatas. As avaliações não permitem a criação, mas sim a repetição de conceitos. Assim a Universidade se transforma em uma fábrica do saber, onde o sistema educacional funciona como uma linha de produção, e o conhecimento produzido segue uma lógica mercadológica.
Essa lógica educacional tem um sentido. Não é fruto do mero acaso. É uma construção que transita por vários aspectos sociais. Sua principal finalidade, a formação, delimita o pensar. Cria uma meta de desenvolvimento que não admite desvios. Serve para a manutenção da ordem vigente, e não o contrário. O desenvolvimento cientifico não admite uma mudança radical, pois é parte de uma engrenagem que movimenta todo um sistema.

As idéias positivas e o surgimento das “Ciências Humanas”

A Universidade deve sua existência ao processo de laicisação do ensino. Esse processo é fruto de uma série de questionamentos que abalou as estruturas sociais de uma época. A transformação que trouxe foi tão forte que possibilitou o surgimento de um novo modelo de sociedade. A revolução no modo de pensar criou um movimento no que antes era estático. Mas, ao afirmar-se, criou um modelo que padroniza seus próprios meios de existência. Assim, a ciência segue em um movimento espiral, centra se em si. Esse movimento impele tudo que venha de fora para as bordas. Ou seja, o novo é lançado à margem. Enquanto não houver um alinhamento dessa nova idéia, enquanto não orbitar o padrão pré-estabelecido, o novo corre o risco de ser lançado para fora do sistema.
A racionalização serve então como um delimitador. É fria e lógica. Necessita um alienígena que apenas observe os fenômenos, que não interfira. Que apenas relate de maneira padronizada o fenômeno observado. Essa necessidade exclui a possibilidade da subjetividade. Como observar de maneira fria quando o ser humano age de acordo com sentimentos? Como enquadrar em um conjunto de normas, de maneira cartesiana, o amor?
Mesmo que renegue, as Ciências Humanas ainda seguem as quatro regras básicas do cartesianismo. A verificação, análise, enumeração e síntese ainda são exigidas pela academia para validar o pensamento cientifico. Tanto teses quanto dissertações passam pelo crivo cartesiano no momento em que se normalizam. Assim, mesmo as Ciências humanas não são humanizadas. São frias, pois observam a vida de maneira catedrática.

O problema da idéia de progresso “humano”


Com a racionalização exigida, a Ciência tende a desenvolver um ideal de progresso. Deve ter um sentido positivo e buscar soluções. Dessa forma, serve de maneira excelente para a ordem mercadológica, está ligada a um tecnicismo que excluí o humano. A racionalização exige a validação de dados observados. Exige uma padronização do observável e impossibilita a transcrição do sensível.
O Humano não é completo sem seus sentimentos então não é observável por completo. Assim, a norma Acadêmica impossibilita o Humano como objeto de pesquisa. Permite apenas visões parciais que mesmo juntas não conseguem exprimir um modelo do real, pois o real é sensível e não descritível. É impossível separar o sujeito do objeto porque ambos estão ligados. Um é parte do outro e são indivisíveis.
Parte do erro epistemológico cartesiano e empirista está na raiz de seu surgimento. A separação entre sujeito e objeto se deu no início do rompimento com o pensamento dogmático. Mas ainda havia a necessidade de separar o homem da natureza e colocá-lo em um plano superior. Seria uma mudança muito radical para a época se o homem, antes tido como ser eleito pelo divino fosse colocado como igual aos outros seres da natureza. Então a separação ocorre e o fator determinante de diferenciação, homem x animal, é a razão.
Mas, a razão exige um esforço sobre humano. Ela necessita uma abdicação do que é natural, instintivo. Assim, o homem abdica sua natureza em favor do artificial. Cria-se uma falsa noção de progresso, de desenvolvimento, pois tenta buscar uma ordem no que na verdade é caótico. A tentativa de padronização da forma de se transcrever a realidade resultou na criação de normas e técnicas. Essas normas e técnicas exigidas pela Academia são, na verdade, os resquícios de uma epistemologia considerada ultrapassada. Essa padronização serve principalmente ao desenvolvimento material. Assim, o desenvolvimento tecnológico avançou, enquanto o pensar se estratificou.

O problema da linguagem

A Academia cria uma linguagem própria. Essa linguagem é o resultado da necessidade de se comunicar algo a um grupo específico. Mas, ao mesmo tempo em que serve para nomear e aprofundar a descrição serve também como elemento de exclusão. No momento em que cria sua própria linguagem a Ciência cria também a necessidade da existência de um dicionário de termos para aqueles que estão fora do circulo acadêmico. Essa Linguagem cria uma identidade e consolida o status de classe à Academia.
As normas, nesse sentido, limitam a possibilidade de descrição. Os pensamentos devem ser embasados em teóricos que já pertencem ao circulo Acadêmico, e assim se limitam as possibilidades do novo. As citações servem, ao mesmo tempo, para a repetição de conceitos já existentes quanto para sua crítica. Mas, mesmo assim, ainda delimitam o pensar. E quando o objeto não foi alvo da Ciência? E se a linguagem utilizada não seguir os padrões pré-determinados? Nesse caso, de maneira fria, a Academia renega a nova teoria. Não importa se essa teoria revoluciona o modo de pensar, ela será excluída do meio acadêmico.
Alega-se ser um refinamento de qualidade, mas na verdade é a negação de um modo de pensar. Por mais simplista, por mais absurda, que pareça ser uma nova idéia, ela não pode ser destruída por não se enquadrar em uma norma. Deve ser dada a possibilidade de multiplicar-se como Meme. Sua existência deve ser provada por sua capacidade de ser absorvida pelos receptores e não pela falta de utilização da linguagem técnica adequada.

O modelo acadêmico nacional, a busca de uma identidade.

A história do pensamento nacional é recente. Enquanto o modelo europeu é fruto de séculos de tradição escrita, no Brasil somente após a chegada da Família Real é que iremos ter um processo organizado no sistema educacional. Em um primeiro momento iremos ter conceitos importados da velha Europa. Somente após um processo de formação de uma “Elite Intelectual” no exterior é que irá surgir um embrião de pensamento realmente brasileiro. Por isso ainda temos uma forte influencia européia no pensamento nacional.
O surgimento do pensamento liberal é tardio e, mesmo assim, impregnado de valores aristocráticos considerados inquestionáveis. A Universidade surge como alternativa à pequena burguesia que não conseguia enviar seus filhos ao exterior para estudar, e seu surgimento não visa a emancipação através do conhecimento, mas sim uma formação que garanta uma estabilidade financeira.
Quando o país inicia seu processo de industrialização, a Universidade passa a servir como instrumento de formação de pessoal técnico, necessário para a operação do maquinário das novas industrias. Assim, em sua gênese, o modelo epistemológico brasileiro é tecnicista. Visa uma formação que excluí a possibilidade da formação crítica e impede o rompimento com o modelo cartesiano. Assim, cria-se um circulo vicioso, pois o sistema educacional não consegue se perceber como prisioneiro, vive fechado, e as regras se tornam inquestionáveis. E mesmo a liberdade de objeto está limitada às normas criadas pela própria Academia.

Uma nova metodologia.

A grande problemática se dá quando pensamos em romper com um modelo de pensamento. Se a liberdade só é conhecida plenamente por quem já foi livre, como alguém, que sempre viveu preso, pode conhecer o que é a liberdade? Seguimos normas criadas por associações tecnicistas. Nossa Academia é elitista. Assim, como garantir o acesso real a seu status? Devemos nos enquadrar nesse sistema, ou criar novos mecanismos que possibilitem uma nova forma de se pensar e perceber o mundo? É possível a criação de um modelo novo? Será que essa elite realmente compreende o mundo a ponto de ser considerada a única detentora da verdade?
Vários pensadores já compreenderam que a Ciência tem se dogmatizado e ainda se mantém elitista. Morin propõe uma Teoria da Complexidade que seria uma resposta mais humana ao cartesianismo ainda existente. Freire também propõe métodos de pesquisa alternativa. Boaventura propõe uma renovação da teoria crítica, e Bourdieu percebe a Censura da Academia.
Percebe-se assim, o início de uma série de críticas ao modelo Acadêmico atual. Críticas essas que devem ser aceitas, sob o risco de se tornarem comprovadas, pois sua negação seria apenas seria mais uma forma de se provar que a Ciência se dogmatizou. Em outras palavras, transformou-se em uma fé inabalável e talvez mais perigosa que seu modelo antecessor.

Referencias:

BOURDIER, Pierre. A Censura. Disponível em: < http://www.4shared.com/document/mR7kX0tm/A_Censura__Pierre_Bourdieu_.htm >. Acesso em: 27 de Jun. 2011.

FREIRE, Paulo. Criando Métodos de Pesquisa Alternativa: aprendendo a faze-la melhor através da ação. In: BRANDÃO, Carlos Rodrigues (Org.). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 2001.

MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Porto. Alegre: Editora Sulina, 2005.

SANTOS, Boaventura. Renovar a teoria critica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pérola


“O governo não nos repassou recursos e é o dinheiro dos preços públicos (taxas) que estão nos salvando.”

Rinaldo Bernarderlli Júnior

Foi com esse argumento absurdo que o vice-reitor da UENP justificou a cobrança das taxas na universidade. A fala aconteceu no dia 31/05/2011, durante um encontro que Benardelli teve com dezenas de estudantes, que realizavam uma manifestação contra os “tributos” praticados pela instituição.

Só colei esse papel porque por enquanto ainda não me fizeram nenhuma cobrança financeira sobre isso. Tomara que continue assim, afinal de contas eu estudo numa universidade pública.

Caso você não tenha gostado, se dirija a secretária e protocole um requerimento solicitando que manifestações sejam retiradas das paredes. Mas para tal ato será necessário desembolsar R$5,00(cincão), que é o preço de um simples protocolo na UENPública.

Abraço a todos!
Victor Luis de Souza Schimidt

Acadêmico do 4ºano A de Pedagogia

terça-feira, 7 de junho de 2011

Da Servidão Moderna


“Toda verdade passa por três estágios. No primeiro, ela é ridicularizada. No segundo, é rejeitada com violência. No terceiro, é aceita como evidente por si própria.”
Schopenhauer

A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente; o livro (e o DVD contido) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América latina. O texto foi escrito na Jamaica em outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na Colômbia em maio de 2009. Ele existe nas versões francesa, inglesa e espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas, essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários.

O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de atacar de frente a organização dominante do mundo.

No imenso campo de batalha da guerra civil mundial, a linguagem constitui uma de nossas armas. Trata-se de chamar as coisas por seus nomes e revelar a essência escondida destas realidades por meio da maneira como são chamadas. A democracia liberal, por exemplo, é um mito já que a organização dominante do mundo não tem nada de democrático nem de liberal. Então, é urgente substituir o mito de democracia liberal por sua realidade concreta de sistema totalitário mercante e de expandir esta nova expressão como uma linha de pólvora pronta para incendiar as mentes revelando a natureza profunda da dominação presente.

Alguns esperarão encontrar aqui soluções ou respostas feitas, tipo um pequeno manual de “como fazer uma revolução?” Esse não é o propósito deste filme. Melhor dizendo, trata-se mais exatamente de uma crítica da sociedade que devemos combater. Este filme é antes de tudo um instrumento militante cujo objetivo é fazer com que um número grande de pessoas se questionem e difundam a crítica por todos os lados e sobretudo onde ela não tem acesso. Devemos construir juntos e por em prática as soluções e os elementos do programa. Não precisamos de um guru que venha explicar à nós como devemos agir: a liberdade de ação deve ser nossa característica principal. Aqueles que desejam permanecer escravos estão esperando o messias ou a obra que bastando seguir-la ao pé da letra, libertam-se. Já vimos muitas destas obras ou destes homens em toda a história do século XX que se propuseram constituir a vanguarda revolucionária e conduzir o proletariado rumo a liberação de sua condição. Os resultados deste pesadelo falam por si mesmos.

Por outro lado, condenamos toda espécie de religião já que as mesmas são geradoras de ilusões e nos permite aceitar nossa sórdida condição de dominados e porque mentem ou perdem a razão sobre muitas coisas. Todavia, também condenamos todo astigmatismo de qualquer religião em particular. Os adeptos do complot sionista ou do perigo islamita são pobres mentes mistificadas que confundem a crítica radical com a raiva e o desdém. Apenas são capazes de produzir lama. Se alguns dentre eles se dizem revolucionários é mais com referência às “revoluções nacionais” dos anos 1930-1940 que à verdadeira revolução liberadora a qual aspiramos. A busca de um bode expiatório em função de sua pertencia religiosa ou étnica é tão antiga quanto a civilização e não é mais que o produto das frustrações daqueles que procuram respostas rápidas e simples frente ao mal que nos esmaga. Não deve haver ambigüidade com respeito a natureza de nossa luta. Estamos de acordo com a emancipação da humanidade inteira, fora de toda discriminação. Todos por todos é a essência do programa revolucionário ao qual aderimos.

As referências que inspiraram esta obra e mais propriamente dita, minha vida, estão explicitas neste filme: Diógenes de Sinope, Etienne de La Boétie, Karl Marx e Guy Debord. Não as escondo e nem pretendo haver descoberto a pólvora. A mim, reconhecerão apenas o mérito de haver sabido utilizar estas referências para meu próprio esclarecimento. Quanto àqueles que dirão que esta obra não é suficientemente revolucionária, mas bastante radical ou melhor pessimista, lhes convido a propor sua própria visão do mundo no qual vivemos. Quanto mais numerosos em divulgar estas idéias, mais rapidamente surgirá a possibilidade de uma mudança radical.

A crise econômica, social e política revelou o fracasso patente do sistema totalitário mercante. Uma brecha surgiu. Trata-se agora de penetrar mas de maneira estratégica. Porém, temos que agir rápido pois o poder, perfeitamente informado sobre o estado de radicalização das contestações, prepara um ataque preventivo sem precedentes. A urgência dos tempos nos impõe a unidade em vez da divisão pois o quê nos une é mais profundo do quê o que nos separa. É muito fácil criticar o quê fazem as organizações, as pessoas ou os diferentes grupos, todos nós reclamamos uma revolução social. Mas na realidade, estas críticas são provenientes do imobilismo que tenta convencer-nos de que nada é possível.

Não devemos deixar que o inimigo nos vença, as antigas discussões de capela no campo revolucionário devem, com toda nossa ajuda, deixar lugar à unidade de ação. Deve-se duvidar de tudo, até mesmo da dúvida.

O texto e o filme são isentos de direitos autorais, podem ser recuperados, divulgados, e projetados sem nenhuma restrição. Inclusive são totalmente gratuitos, ou seja, não devem de nenhuma maneira ser comercializados. Pois seria incoerente propor uma crítica sobre a onipresença das mercadorias com outra mercadoria. A luta contra a propriedade privada, intelectual ou outra, é nosso golpe fatal contra a dominação presente.

Este filme é difundido fora de todo circuito legal ou comercial, ele depende da boa vontade daqueles que asseguram sua difusão da maneira mais ampla possível. Ele não é nossa propriedade, ele pertence àqueles que queiram apropriar-se para que seja jogado na fogueira de nossa luta.

Jean-François Brient e Victor León Fuentes

Fonte: http://www.delaservitudemoderne.org/portugues1.html



Download do filme

Download da Legenda

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Micro no Macro

Sou um ser cético
Mas, me instiga
Tudo o que é mágico.

Talvez exista outro mistério
Além do ateu
e do sacro.

Não é preciso Deus
Pra ver o mundo fantástico.
E trágico.

Enquanto me revolto
A realeza ergue castelo
monitorado.

Mesmo sendo tão cético
Me sinto micro
No Macro.

Alguns são seres humanos
Outros,
bichos do mato.

Eu, bicho-humano,
Tento com o mínimo
o máximo.

Não é preciso Deus
Pra ver o mundo
trágico.

Me sinto
Micro
no Macro.

Alguns são seres humanos
Outros
Bichos do mato.

Alguns são seres humanos
Outros
Cifras e cadastro.

Eu, bicho humano,
Tento com o mínimo
o máximo.

(Elisangela Alice Parolini)

Era de Aquarius

ATUALISSIMO

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Formação do Medo

A PRISÃO


Uma sala fechada, nas sufocantes janelas estão as grades. Muros altos, cacos de vidro e lanças impedem a entrada, e também a saída. Confinadas nessa prisão estão infâncias. Impedidas de crescer desenvolverão neuroses, psicoses que jamais serão curadas. Suas cabeças se encherão de pensamentos inúteis e suas criatividades serão podadas. A alegria será roubada, pois enquanto estiverem ali serão doutrinadas em verdades que jamais serão usadas.
Programadas em um código binário de um universo artificial se transformarão em autômatos prontos a receberem ordens. Serão enquadradas em um sistema onde o sentir é dispensável e o “ter” se torna sagrado. A dúvida não deve existir, e todos devem sair dali cheios de exclamações.
As masmorras estão lotadas, de tanta repressão, se tornam panelas de pressão sempre prontas a explodir. Instaura-se o regime do terror, pois o medo é o sentimento comum dessa relação forçada.